Maceió

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Ilha do Carlito

domingo, 17 de julho de 2011

MINHA MÃE E EU

                                                                      




     Tem-me acontecido “coisas” muito estranhas nos últimos tempos...Pensando bem, desde que a minha saudosa mãe partiu dessa para uma melhor.

     Tenho dela somente lindas recordações e que jamais poderão ser esquecidas. Sinto saudades de quando ela era viva, pois era nela que eu me chegava para longas conversas..sobre nós...sobre a vida e as pessoas, em geral, e era nela que eu me aconchegava quando precisava ser acarinhada. Minha mãe, na verdade, era uma grande mestra na arte de intuir sobre o que se passava no interior de cada um de seus filhos.

     Com o passar dos anos, pude perceber que a minha mãe estava, aos pouquinhos, se desvanecendo como quando se olha pro horizonte e vê o sol se pondo bem devagarinho... até sumir por completo. E aí, numa bela tarde de verão, ela me olhou com aqueles lindos olhos azuis e, naquele exato momento, eu soube que ela estava se despedindo de mim.Talvez Deus tenha ficado com ciúmes do nosso entrosamento e empatia e, naquele mesmo dia, levou-a Consigo.

     Hoje, quando estou entretida fazendo alguma coisa, sinto um vulto se aproximando de mim, me viro e vejo apenas a minha cachorrinha, a Mel, e nela vejo o mesmo jeito que a minha mãe fazia, quando parava perto de mim, o mesmo jeito de olhar, muitas vezes, quieta, sem dizer uma única palavra.É como se ela viesse visitar e quisesse me dizer alguma coisa.

Natal

 
  Agora, vejam só, a minha mãe vem se mostrando para mim, através da Mel. É estranho, mas não desagradável. O que mais lamento é não ter herdado dela todas as suas qualidades mais marcantes, mas que, ao menos, ela possa legar-me a inabalável serenidade que sempre teve com todas as coisas da vida.

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